O sentimento de medo, que é gerado nos seres humanos é forte. Mas tem perdido sua força, como as religiões, no século XVIII (mundo ocidental). Nos tempos atuais, o numero de descrentes é extremamente significativo, em relação aos séculos passados.
Da divindade e medo para inspiração, a morte passou a representar um “objeto” de inspiração, seja para poemas, filmes, entre diversos. Mesmo isso ocorrendo em épocas remotas, na idade contemporânea tem sido corroborada. Onde pode ser citado, a segunda geração do romantismo ( fase literária), como Álvares de Azevedo, em seu poema:
Se Eu Morresse Amanhã!
“Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito...!”
A força além do físico, no mundo contemporâneo, fuga e liberdade. Sua maior força esta na subjetividade do ser humano, que em tempos de crise a vê como um convite a liberdade. Sendo utópica ou não essa “liberdade”, ainda é de grande agrado. Como diz Nietzsche "A idéia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más". A morte é celebrada, por medo ou por desejo como uma divindade. Mas uma visão laica a coloca na banalidade.
É certo que a morte alheia, traz modificações na personalidade daquele que morre, é certo que os adjetivos são de agrado, para aqueles que os citou. Usando artifícios de uma mitologia dos tempos contemporâneos, onde existe a polaridade inconsciente de bem e mal, do bom e do mau.
Muito prazeroso guardar uma imagem de “herói”, sobre aquele que morre, do que sua realidade. Da hipocrisia a auto-preservação.
A morte alheia deixa questões para aqueles que ficam “A dor é por compaixão daquele que se foi ou por si mesmo?”, seria mero egoísmo, não desejar a partida daquele que sofre para algo melhor, ou mesmo apenas evitar a dor de estar vivo. Seria imprudente generalizar os casos, porém em grande parte por se tratar de doenças e idade avançada, citar mero egoísmo, de certa forma é muito convincente!
Quando se trata de mortes alheias, porém não próximas, seja por doenças ou guerras, entre tantas outras formas o sentimento de compaixão é gerado, pela moralidade humana religiosa. Quando compaixão é traição a natureza. A morte é o controle da biosfera, que foi extremamente mistificado pelo ser humano.
Edson Souza
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