Letargia sufoca os sentidos, o hábito obscurece a visão. Simples palavras que tanto denotam a realidade. Uma realidade insana e banal de mais, imprópria e subjetiva, presa integralmente a uma maneira singular ao ser. A vida de tantos, que vivem seus sonhos se deixando levar por utopias, revivendo vida de outras pessoas, pensando o que já foi pensando, vivendo perpetuamente sem identidade. Quem dera viver a loucura descrita por Erasmo, não pensar nisso, e viver sem crises existenciais. Aliás, para quem se vive realmente? Por que se prender, por que desejar dependência de outro ser, ser este independente o qual mostra tanta força e tanta indiferença em relação à singularidade alheia. Podendo estar perdendo tempo, se prendendo a pressuposições, a pensamentos depressivos, entrando em um paradoxo tão grande com a própria ideologia. Mas cuja ideologia, que é tão oscilante na prática, que fraqueza é essa? Por que se questiona, por que isso vem, por que isso o preenche, por que isso te vicia? ...